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Sou outra pessoa

  • Foto do escritor: Marici França
    Marici França
  • 16 de mai. de 2021
  • 2 min de leitura

Reinventar-me? Já fiz muito isto! Três, quatro, cinco vezes? Não! Mais, muito mais do que isso! Me reinventei de todas as formas, de todas as circunstâncias, de todas impossibilidades... Sim, verdade! Sangrando, aos cacos, coração dilacerado, mas de degraus em degraus fui subindo a difícil escalada da vida. Se depois da tempestade nascem flores mais fortes, mais belas? Sim, nascem! Ah! eu passei por todas estas metamorfoses... Renasci! Literalmente ressurgi de mim mesma (como conto no meu livro). A cada queda, me levantava mais forte, com mais gana de provar a mim mesma que eu era capaz, que eu ia dar a volta por cima... que ia dar conta daquela situação complexa. Porém hoje às vezes, me sinto cansada de lutar contra a maré. É como se eu tivesse esgotado todas as minhas energias e agora com o passar dos anos, só quisesse simplesmente "pendurar as chuteiras." Não quero mais abusar da minha força emocional, não quero mais conter ou esconder o pranto, não quero mais fingir de forte e dizer que está tudo bem, quando muitas vezes não está. Não é ser infeliz, é uma inconstância de sentimentos, ora triste, ora alegre... ora chorando, ora rindo... É o ato de simplesmente se permitir, a todas sensações e emoções que eu quiser. Ser fraca também pode! Acho que hoje conquistei este direito. O direito de ser eu ! Ser eu com todas as minhas fragilidades momentâneas, com todas minhas indagações infundadas, com todos os meu medos. Medo da solidão, medo da velhice que a cada dia sinto mais presente. Medo da perda de lucidez, medo da incapacidade física que se acentua cada vez mais, medo da doença, medo do fim... Sempre ouvi dizer que quando envelhecemos, nos tornamos iguais às crianças... Verdade! Estou assim! Me sinto como uma criança com medo de dormir sozinha no escuro... A criança que às vezes me torno, está muito carente de um "colo de mãe", carente de sonhos, carente de vida com propósitos, de vida com colorido. Cadê? Cadê aquela mulher que matava dez leões por dia? Estou precisando muito encontrá-la!


Por Marici França, 07 de maio de 2021, às 23h53




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