A espera - 1969...

...e eu esperei por este dia! Nossa! Como esperei!

Me lembro que a minha espera começou no mês de maio... Algo importante estava previsto para o dia 30 de novembro e comecei a contar ansiosa dia a dia... Os dias que antigamente demoravam tanto a passar... parecia uma eternidade aguardar por seis longos meses, na vida de uma jovem que tinha gana de viver.

Os dias morosamente se arrastavam, mas a resiliência era o foco da minha espera... espera esta que seria coroada apenas com um breve encontro.

Seria só, somente um encontro casual, sem nada programado, mas meu coração se adiantava a imaginar como eu poderia mudar o rumo daquele encontro.

De repente , ele poderia me olhar... e se casualmente nossos olhares se encontrassem, ele perceberia a minha clara intenção de deixa-lo entender o quanto eu queria ficar com ele, ainda que fosse só por alguns minutos... ou então, eu me contentaria com um sorriso. Só um breve sorriso e já me faria feliz.

Caramba! Como eu precisava de tão pouco para ser feliz!

Um olhar... um sorriso... pronto! E a minha espera já teria válido a pena!

Porém, eu tive mais, muito mais do que isso, porque nem precisei esperar pelo dia 30 de novembro, o meu coração foi presenteado dias antes. Foi no dia 09... no dia 09 de novembro que aquele tão aguardado encontro aconteceu, e se foi bom? Direi apenas que naquela noite chuvosa de novembro, andando lentamente pelas ruas, sendo acalentada por seus braços fortes, que me protegiam da chuva, tive a certeza que nossos laços se perpetuariam.

Sim! Para sempre! Apenas as lembranças, a saudade e uma vontade louca de voltar no tempo. Voltar no tempo para viver tudo de novo!

A emoção da espera, a alegria do encontro e a certeza de que de alguma forma, ele estaria para sempre presente na minha vida... ainda que fosse só nas minhas mais doces lembranças.

Por Marici França, 30 de novembro de 2020, às 11h02