Ousadia! É disso que precisamos às vezes para viver, para sobreviver

Foi o que precisei ter em certo momento da minha vida... ousadia! Por duas vezes, esta era a minha única saída. Tive que ousar... precisei arriscar... precisei jogar tudo ou talvez, nada do que tinha, para o alto e dar um basta em uma situação insustentável. Por vezes, a gente fica cega e se acomoda em um conformismo, mesmo sabendo que aquilo está nos corroendo por dentro. E a gente, literalmente, cruza os braços diante da vida e coloca nossas expectativas, nosso destino, nossa vida enfim, nas mãos de outra pessoa. Toda vez que abrimos mão de nossas vontades, de nossas vidas, em favor de outros; a gente se anula e aí que mora o grande perigo. Erramos descabidamente quando achamos que o outro possa resolver nossa vida, nossas neuras. É bem verdade que o risco que se corre, também pode ser decisivo para definir uma situação que muitas vezes, covardemente vamos empurrando com a barriga. E daí, quando ocorre o grande momento de tomar uma postura, os sentimentos de culpa e até de remorso, nos invade. Por outro lado, ao fim da questão, uma serenidade, alívio e sensação de dever cumprido nasce dentro da gente. Quando lá trás, resolvi ir em busca do que julgava que seria minha felicidade, foi um grande risco. Eu sabia das consequências, sabia que aquela minha atitude estava colocando tudo em jogo. Foi um cheque mate na minha vida, mas eu precisava saber, precisava terminar com um sonho e despertar para a realidade, ainda que com isso, eu pagasse o preço de perder, como perdi; porém, resolvi! Resolvi, engavetei meus sonhos e parti prá vida. Anos mais tarde, em uma outra situação, precisei ousar de novo. Quando resolvi sair da vida de uma pessoa, embora ela continuasse na minha, foi também uma decisão difícil e doída; porém, necessária. Mais uma vez a vida exigia de mim, ousadia, mudança de atitude e foi o que fiz. Precisei abrir mão de um sonho, para mais tarde resgatá-lo com dignidade. Hoje em dia estou só! Só com minhas lembranças, só com minhas saudades, mas com o coração em paz. Com a certeza que fiz o melhor que poderia ter feito. Ousei... arrisquei... joguei tudo pro alto, mas valeu a pena!

Marici França (29 de fevereiro de 2016 - segunda-feira ao meio dia)

Reflexão: "Se deu certo ou não, já não importa. O que importa é que eu tentei e fui o mais longe que pude..."

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